Por volta de seus 35 anos, as águias enfrentam um alegórico ritual. Procuram o cume da montanha mais alta que possam encontrar e lá se instalam. Arrancam uma a uma as próprias penas, velhas e grandes demais, que já atrapalham o vôo. Em seguida, arrancam suas garras, grandes e retorcidas demais, o que as impedem de capturar suas presas... Por último, esfregam contra a rocha o próprio bico até sangrar e arrancá-lo, para que um novo nasça!
Então, elas podem viver mais 35 anos plenamente.


Hoje, por cinco minutos em que estive com Humberto Pedrancini, um dos mestres do teatro de Brasília, ouvi, surpresa e emocionada: "eu a parabenizo por sua morte, porque sei o quanto dói arrancar as próprias penas, garras, bico"!...

Um tenebroso inverno se conclui. Finalmente, tímidos mas novos brotos surgem aqui e ali...

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