...Hibernei longamente, inverno do corpo, da mente, dos sentidos e da alma, concentrada na longa, dolorosa e paciente tarefa de reconstruir-me inteira após ser dilacerada.


Tal e qual ocorre na Natureza: morte e renascimento. Sinto-me grata à Natureza mesma pelo privilégio de, dos poucos pedaços que restavam, conceder-me o direito de refazer-me inteira - novamente eu, ainda que diferente.

Depois do bom tempo de paciência, silêncio, foco, distanciamento, reflexão, recolhimento, transmutações, estudo, trabalho...

... Voltei a sentir certo encantamento.
Escrevi a ele:

“O que sinto é que o mundo anda carente. Carente do real. Vem cá: a quem a gente quer enganar? Do quê a gente quer se esconder? Muito melhor usar a tecnologia a nosso favor e tomar apenas cuidado para não usá-la como barreira para camuflar ...nossos medos e defeitos. Afinal, vamos ser sinceros: cheiro é cheiro, beijo é gosto, pele é química, e eu não vou saber se te quero porque sua imagem de 480 pixels me deixou de boca aberta. Ah, não mesmo!!! Eu quero te provar. Literalmente. Palavra por palavra. Beijo por beijo. Frase por frase. Ao vivo e a cores. Sorte nossa, que a tecnologia ainda não conseguiu plugar o nosso coração". (Fernanda Mello)


Talvez como parte do aprendizado, recebi meu primeiro "Não".  Ausência, silêncio, uma despedida implícita, que não necessitou ser pronunciada.

Crescimento, humildade, aceitação: o silêncio volta a me fazer companhia, o trabalho, cinco novos livros sobre Platão, os amigos queridos que reencontro, os novos amigos que reconheço, a reflexão, a calma, as pequenas tarefas do dia a dia, os sonhos a serem realizados.

Ainda eu, mesmo que inteiramente diferente...

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