Amadureci cedo para muitas coisas, outras ficaram negligenciadas. E, na violência dos dias, da pressão, dos muitos espectros impalpáveis - sociedades, instituições, "o outro"... - aprendi, disciplinadamente, formas de combate.


No entanto, meu "ciclo troiano" se esgotou. Ardis, espadas, feridas; exausta, tudo o que desejo, hoje, é retornar ao palácio rústico, à filha que não vi crescer, à compreensão e amor de uma ou duas pessoas que me queiram bem a-pe-sar de ser quem (e como) sou. Desejo reencontrar o lar, criar qualquer pequeno espaço de segurança onde a quietude do espírito e da alma me seja possível.

Antes, será inevitável a travessia de um oceano desconhecido, letalmente perigoso, insondável, novo ambiente adverso. Tendo sido insolente e desafiado muitos cuja potência é infinitamente superior à minha, tendo desarmonizado tudo, tendo tomado das armas, presa de minha própria índole colérica, só essa vontade irredutível de encontrar meu lugar me dá certeza de que ainda vislumbrarei terra segura, de que encontrarei a região de meu pertencimento, de que um dia abraçarei quem me amará com lealdade, e repousarei... "Perdão não é o mesmo que rendenção".

Abasteço-me de coragem. Esperam-me bravias águas escuras.

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